Essa viagem, acontecerá na Índia, berço de uma cultura tão rica e tão diferente. Dessa vez, nesse ano, passará por Amritapuri, Coimbatore, Rishikesh e Punjab.
Isso é a viagem que acontece em um nível, mas em outro nível, o principal local em que vai acontecer é internamente. Essa é uma viagem que faço a um lugar tão distante para aprender mais ferramentas para conhecer e desbravar um mundo infinito que está presente no local mais perto que pode existir, em mim mesma.
Porque viajar para o outro lado do mundo na verdade é um grande esforço também, mas é um esforço externo, requer saúde, tempo e dinheiro.
Mas uma viagem a um lugar tão diferente e a imersão em ashrams, mosteiros, templos e clínicas de Ayurveda requer mais, requer coragem para se observar e enxergar a mais longa viagem que pode acontecer: dentro de nós mesmos. Requer a coragem de enxergar o caos interno e o desejo mais profundo de conhecer a paz e o silêncio. Requer a paixão por ser feliz, por compreender. Requer o desejo pelo conhecimento, não aquele registrado em livros como informação que enchem milhares de bibliotecas, mas a paixão pelo conhecimento vivenciado, o desejo de conhecer e aprender mais de quem vive um estado um pouco mais consciente e mais liberto. Requer vencer o medo da opinião dos outros, e requer a vontade de se libertar das ilusões que a sociedade e o modo de vida comum nos impõe.
É muito interessante, uma viagem tão longa à um lugar tão distante com o objetivo de se melhorar, se desenvolver, porque facilita esse mergulho interno e se observar verdadeiramente.
As práticas de yoga, meditação, pode-se fazer em qualquer lugar, mas às vezes é necessário um tempo longe do que está acostumado, da influência da família, dos amigos, do trabalho, da casa, do carro, do celular, de tudo que te faz achar que verdadeiramente sabemos quem é você, e ao se afastar de todas essas influências externas e se observar num local em que não existem tantas impressoes, luzes, tv, mídia e em que o incentivo é olhar para dentro, você se perguntar quem eu realmente sou? O que realmente importa na minha vida? O que eu realmente quero realizar nessa vida? Como eu quero viver?
Parece que fica mais fácil escutar essa resposta, quando ameniza a influência tão forte de tudo que queremos
Nas minhas 17 viagens que fiz ao exterior para fazer cursos percebi: as viagens, as pessoas que encontramos, as situações da nossa vida, são nosso maior aprendizado, mas só podemos perceber e aprender se estivermos atentos e buscando isso, porque senão tudo vira apenas um movimento mecanizado e impulsionado pelo desejo comum de mostrar algo e ser reconhecido por algo, mas no momento em que deixamos de viver o movimento pelo outro, mas sim como um meio de se conhecer e e que cada momento é uma chance única de aprender, toda a percepção de uma viagem, e das experiências se transforma.